13/10/2012

Prometi ao meu amor, fumar nunca mais.

Estou com 50 anos e iniciei no vicio nos meus 12 anos, em 1970,  tempo em que existia o ginasial, para mostrar que eu já era da turma dos mais moços porque somente os grandes podiam ter esse vicio, mas por sorte a vontade era esporádica, pois meus pais detestavam e proibiam qualquer tipo de vicio. Posso dizer que comecei a fumar como gente grande aos 20 anos quando fui trabalhar numa empresa estatal e ficava com vergonha de pedir uma tragada aos companheiros de sala, então resolvi comprar meu próprio cigarro.
Comecei a trabalhar na concessionária Corujão em 1993 e conheci um estofador com o apelido de Estofela, bem sugestivo, este grande amigo era o parceiro dos botecos, nos encontrávamos quase todos os dias para tomar uma cerveja e fumar um monte de cigarros; o que percebi depois de um tempo é que o cara não fumava de dia, e isto me alertou muito pois eu fazia atendimento ao cliente e tinha pessoas que se incomodavam com o meu vício, foi então que deixei o fumo no período diurno para não judiar mais do meu cliente e com isto reduzi 40% do cigarro.
Em 1997 conheci a grande paixão da minha vida, a mulher por quem eu sinto um grande amor até hoje, vamos chamá-la de Anjo, assim não a comprometemos. Ela por sua vez detestava o fumo e foi nas nossas férias de 1998 em que passamos juntos 15"longos" dias, foi quando prometi que no período que ficaríamos juntos, eu não fumaria. Ela morava em Cascavel na época, e quando fui buscá-la, acabamos dando um pulo até Foz do Iguaçu para fazer umas compras no Paraguai, era um sábado e fazia um calor de uns 40°, a sede era muito grande e acabei tomando uma Budweiser bem gelada, meu Deus, a vontade de fumar um cigarro chegou a cegar meus olhos, peguei a carteira e olhei para ela dizendo que seria o último e dali  em diante valeria a promessa; ela simplesmente me respondeu que eu sabia o que estava fazendo, não foi ela quem prometeu, e acabei amassando a carteira e jogando-a no lixo. Passamos direto por Curitiba e fomos parar em Guaratuba onde havíamos alugado um apto; no final da tarde
do segundo dia na praia, resolvemos visitar minha irmã que tem uma casa lá, levei uma garrafa de whiski 18 anos para o meu cunhado e acabamos abrindo e tomando uns goles da dita cuja, aí o bicho pegou, escorria água da boca de tanta vontade de acender um cigarro, tanto que acabamos indo mais cedo para o apto porque eu já estava ficando com os nervos à flor da pele. A parte mais difícil foi até o 10° dia, a partir daí ficou um pouco mais tranqüilo, e chegando ao final da nossa estadia, comentei com minha Paixão que eu fui um macho de ter passado os 15 dias sem fumar, e ela muito rápida me falou"Burro se você voltar a fumar depois de tudo isso", aí eu retruquei e disse a ela "vou te mostrar que muito mais macho do que isso, não vou mais fumar". Dezembro deste ano completarei 10 anos que parei e devo uma vida nova ao "Anjo" que me mostrou um novo prazer, o de não ter mais cheiro que encalacra nas mãos e roupas, o mau hálito, o amarelão externo e o perfume interno dos dentes; hoje é muito difícil de conviver com pessoas que fumam, porque realmente esse vício incomoda e muito, é preciso parar pelo menos umas duas semanas pra se ter idéia do quanto é ruim e prejudicial; tive uma passagem que me recordo até hoje, estava caminhando para o ponto de ônibus e tive de dar uma corrida de uns 50 metros para não perder o busão, nossa, quase não consegui subir a escada de 3 degraus, ficou tudo escuro e minha cabeça rodava mais que um carrossel.
Temos de tomar decisões rápidas em nossas vidas e não podemos fraquejar, quando alcançamos nossos objetivos, não tem preço que pague essa vitória, faz um bem muito grande para o nosso ego, nos tornamos muito fortes para enfrentar coisas piores na vida.
"Parar de fumar vale o preço que se paga quantas vezes forem necessárias".
Ao meu grande Amigo Adão, um grande abraço do teu admirador!
Gilson Rocha



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